Deuses, Anjos da Guarda e espíritos brasileiros

BraziliaanseGeesten S

Fotos: Fran6fran6; Toluaye; Gabriele; José P. de Freitas; Gabriele

Universidade de Curaçau mr. dr. Moises Frumencio da Costa Gomez
Palestro do médium Martien Verstraaten
Curaçau, 28 de setembro de 2011

 

 

1. Espíritos e entidades
Os espíritos e o mundo espiritual

2. Orixás
Deuses e Espíritos organizados, contra espíritos livres
Os ‘Deuses’ brasileiros do Candomblé

3. Zé Arigó e Dr. Fritz
Um casamento espiritual com grandes conseqüências
Espíritos livres contra espíritos organizados

4. Ayrton Senna
A entidade atormentada
Um espírito tibetano que queria ser um piloto de Fórmula 1

 

 

Alguns partes deste artigo…
O texto abaixo foi compilado de uma palestra falada

1. Espíritos e entidades
Os espíritos e o mundo espiritual

O Estamos todos familiarizados com a escala estabelecida em: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, dó. Em uma escala de baixo para cima, o último “dó” é uma oitava acima do primeiro. Ambos “dós” se diferenciam somente em frequência, porque o último “dó” é o dobro do primeiro. Todos os “dós” são, portanto, iguais quanto ao tipo de tom, diferindo apenas na vibração. A hierarquia social do “dó” ou diferenças de valor intrínseco é totalmente ausente, ambos “dós” são tão importantes ou não, e seus pesos em ouro são os mesmos. Interessante, neste contexto, é saber que a designação “dó” – que o francês substituiu pelo termo original “ut” – é derivado de Dominus, que significa “Senhor”. Os “Senhores” (e senhoras) dos espíritos e dos deuses se relacionam com os vivos exatamente como os “dós” dentro de uma única oitava. Como sabemos todos os “dós” são iguais quanto ao tipo de tom, mas diferentes em sua vibração. As senhoras e os senhores também cantam a mesma canção no mundo espiritual como nós sobre a terra. No entanto, eles cantam seus sucessos numa outra oitava, nem melhor, nem pior. Os habitantes do mundo dos deuses e espíritos, da ninfa celeste ao falecido titular da trilha são, portanto, de natureza semelhante ao nosso povo.

Como ambos os grupos estão em um mundo diferente e encontram-se em outro estado de consciência, é claro que existem diferenças. É comparável às engrenagens comutadas da velocidade de um carro ou bicicleta. Eles estão unidos pelo mesmo eixo e dirigem o mesmo veículo, utilizando apenas uma velocidade de rotação diferente.

Os “habitantes” do mundo dos deuses e espíritos, chamemo-os de falecidos “dós”, são de natureza amorfa, portanto sem forma sólida, pelo menos como pode ser visto através dos olhos físicos do homem. As pessoas aqui, digamos os “dós” vivos, são quanto à natureza, de aparência cristalina, seus corpos têm substância, são determinados na forma. Assim como ocorre com um telefone celular, desde que pelo menos a assinatura seja paga – invisível aos olhos físicos – estamos conectados com nossos camaradas de lá. Durante uma palestra para médicos e terapeutas do GGD – Secretaria Municipal de Saúde e do DSM – Departamento de Saúde Mental de Curaçao, perguntei meio que na brincadeira: “Existem terapeutas mortos na sala?”. Durante as palestras para os terapeutas sempre me visitam os que, enquanto vivos, foram médicos, terapeutas ou médiuns, e que têm interesse pelo modo de transmissão para meus ouvintes, quando o paranormal é traduzido para o normal.

Deuses, anjos da guarda ou espíritos – em qualquer religião ou sistema ideológico diferentemente chamado e conhecido – são os comissários do nosso “Eu”-SA pessoal, os quais nós, para a facilidade visual no mundo superior, permitimos residir num acolchoado divã, sofá, canapé, espreguiçadeira ou cadeira de cozinha. Em situações saudáveis – por isso sem graves perturbações psiquiátricas ou perigos de vícios que podem, assim, interromper as conexões – cada um tem um quarteto saudável ou conjuntinho para alcançar os espíritos disponíveis. Cada potinho tem sua própria tampinha. Infelizmente, estamos pouco conscientes das informações úteis através dos sinais por e-mails astrais enviados para nós e nossa caixa de mensagem lotada, porque temos considerado erroneamente essas mensagens como spams. É claro que há muito joio no meio do trigo, e felizmente, nem todos os espíritos que nos assistem são do tipo duvidoso: vídeo de exorcismo no sábado à noite.

Xenoglossia, a fala espontânea em uma língua que não fora previamente aprendida. Também o Espírito Santo como um membro do triunvirato – Pai, Filho e Espírito Santo – é linguisticamente presente nos cem mil lugares ao mesmo tempo, e sabe através da xenoglossia muitas línguas e aproveita quase toda a oportunidade para falar. Sua língua era sagrado e é, simultaneamente, em todos os lugares durante confessar alguém, ou onde a divindade (cristão) se manifesta através da mente. O mesmo princípio já sabemos dos Orixás afro-brasileiros que falam como um espírito (santo) pelo o corpo do Pai de Santo sacerdotal.

Eu lhe dou um exemplo. Tal qual podemos ajustar um sintonizador de rádio em certos canais, assim costumamos votar automaticamente no mundo espiritual, que motivou nossa cultura como imagem estereotipada, com uma colher de mingau de ouro. Cem contra um de que uma criança Católica Romana tenha perdido seu belo anel no caminho de cascalho, irá chamar por Santo Antônio com “querido amigo, me ajude a encontrar meu anelzinho” para encontrar seu precioso anel entre as centenas de milhares de pedras. A criança curaçaoense colocará a vassoura de reverso atrás da porta de “e Sala”, na sala de estar, para pedir ajuda aos espíritos para finalmente safar-se da tediosa visita. O hindu jura por Shiva, Vixnu ou Krishna, e o muçulmano não se farta dos ensinamentos de Maomé. Mesmo que uma entidade encarnando dez vezes como muçulmano em vidas passadas, uma vez encarne na cultura judaica, irá expressar seu caráter ex-muçulmano através de símbolos judaicos. Seus guias espirituais muçulmanos apresentar-se-ão quase sempre simbolicamente no vestuário judaico picado.

No século passado, no mercado da China, você poderia por alguns dólares encontrar resíduos de óculos europeus, remexendo numa caixa de sapatos. Se você fosse míope e também lhe faltasse dinheiro, você olharia somente os óculos mais adequados aos seus olhos infelizes, pagaria-os e caminharia para casa sem a bengala branca. Os missionários e seus negros cristianizados fizeram isso também em África, mas não com óculos, mas com o encaixe e a congruência dos santos católicos sobre o existente panteão dos santos africanos, nomeados Orishas, chamados de Orixás no Brasil. Cristo foi acoplado ao Orixá Oxalá, o filho do supremo deus Olorun; Orixá Oxóssi tornou-se São Jorge; Orixá Iemanjá, a virgem vestida de branco, foi obviamente ligada à Maria. Não que todos os Orixás coincidiram com os santos, mas o que cruzou aqui ou acolá, foi facilmente cortado da missão com a tesoura serrilhada. É claro que o sincretismo nada mais era que uma domesticação cultural dos então chamados animistas “selvagens” e suas mitologias. Como diferentes idiomas indicam para Proto-Mundo ou mais primal modalidades da língua, assim muitos sistemas religiosos, em relação ao outro, tiveram uma estrutura bastante consistente. O trabalho de cola-e-corta dos saias-pretas, do último dos missionários moicanos na África, não foi difícil.

Espíritos que pertencem a nós e que estão conosco, tomam a partir de princípios didáticos, às vezes, uma manifestação adequada de – mimetismo espiritual – semelhante a uma pílula do médico, que devido ao revestimento de açúcar, desaparece facilmente pela garganta adentro. Muitas vezes um espírito se manifestará num formato de apresentação que possa ser compreendido pelo receptor.

Quando criança, Gijsbert van der Zeeuw, um famoso vidente holandês do século passado, recebeu do mundo dos espíritos milhares de filmes exibidos clarividentemente, que foram projetados imaginariamente em sua retina para ele, como uma criança, se preparasse para seu trabalho posterior como um clarividente. Com poucas exceções, a aparência com que os espíritos se deixam ver e sentir por uma pessoa, é sempre adaptada ao indivíduo. Isso faz sentido, porque o espírito de uma pessoa, em princípio, tem o mesmo tipo de tom que a pessoa em si, mas em uma nota diferente. Pela clarividência o mecanismo é o mesmo. Percepção extra-sensorial – a visão clara, a audição clara, o cheiro claro – é sempre vinculada a uma faculdade, a uma preferência ou afinidade da pessoa. A capacidade psíquica ocorre então em operação, quando ela está associada e ligada à moda, técnica, crianças, música, pessoas desaparecidas, incêndio ou outros perigosos hobbies inflamáveis. Depois que uma perda alcança a faixa do psíquico, de repente todos os canais receptivos do vidente são abertos, enquanto ele nada percebe em relação a acidentes de carro ou paisagens de árvores de Natal em pó. A afinidade interior é baseada em vidas passadas, onde o homem ou a mulher vidente são compatriotas de “formação” e, gradualmente, especializados em um cenário de afinidades.

Com um olhar em um ângulo, com ou sem drogas alucinógenas, o pianista de jazz toca os acordes e é guiado pela inspiração, pelo que chega de um mundo diferente, do qual ele pensa que ao invés de vir de baixo, vem de cima. O candidato ganhador do Prêmio Nobel deixa-se conduzir, mesmo involuntariamente, por um momento consciente, pelos seus companheiros deuses ou espíritos, para assim descobrir a cura definitiva para a AIDS ou rastrear um elo perdido entre o ADN, no tratamento do autismo. Além dos terapeutas mortos existem também falecidos farmacologistas, quebra-cabeças gigantes de palavras cruzadas e fabricantes de caixões de pinho. As inspirações do mundo espiritual podem ser aplicadas em todas as áreas e todo o tipo de pessoa. Todo governo mundano tem um parlamento astral tal como um prompter. O Dalai Lama considera ao lado do parlamento democraticamente eleito no exílio, Nechung, o oráculo do Estado do Tibete, como no Senado. Naturalmente, as inspirações negativas também existem. No livro The Spear of Destiny (A Lança do Destino), o autor Trevor Ravenscroft traz ao centro das atenções uma mistura filosófica fictícia e real do filósofo, escritor e pesquisador do Santo Graal, vienense Walter Johannes Stein. Isso deu, segundo Ravenscroft, compreensão de como Adolf Hitler deixou-se inspirar pelo mundo superior, por organizações ocultas e seus rituais, e pela lenda em torno da lança de Longinus.

 

2. Orixás
Deuses e espíritos organizados, contra espíritos livres. Os ‘Deuses’ brasileiros do Candomblé

Definições: Orixás, poderoso seres espirituais afro-brasileiras, que possuem Axê. Originário da África Ocidental (os povos de Iorubá e Daomé). Igual como nos santos católicos está acostumado, os Orixás agir como intermediário entre Olorun (Deus, o Todo-Poderoso) e para o mundo do comum dos mortais. A fé iorubá foi difundido através do tráfico negreiro transatlântico de escravos para o Novo Mundo, e desceu do sul da América do Sul (Brasil) para o norte para América do Norte (Nova Orleães). Dos 600 originais orixás de África Ocidental, existem atualmente cerca de 16 Orixás “em função” dentro o Candomblé brasileiro.

Candomblé, culto afro-brasileiro baseado na religião animista dos iorubás na África Ocidental. Transferido através do tráfico negreiro transatlântico de escravos. Como uma religião de possessão (incorporação de seres espirituais: as Orixás) fortemente relacionado antropologicamente à Umbanda (Brasil), Santeria (Cuba), Vodu (Hispaniola: República Dominicana e Haiti), Winti (Suriname) e aos cultos às vezes classificados às vezes não, puro ou decaído, em Porto Rico, Jamaica, Guiana, Trinidad e Tobago (Shouter Xangô / Shouter Baptist), México, Venezuela e em diversas cidades nos estados do sul da América do Norte (Nova Orleães).

Babalaô – Palavra iorubá significa um padre brasileiro de prestígio do candomblé que serve ifa e, portanto, que está altamente qualificado para profetizar com as conchas cauri preditivas, a chamada “jogo dos búzios”.

A história: No lar original dos orixás, na Nigéria da África Ocidental e Daomé, onde agora é o Benim, os iorubás conheciam cerca de 600 orixás, cada um com uma área específica para a inspiração. Dentro da igreja católica, São Cristóvão serve de inspiração para os viajantes; São Brás, para não ser confundido com o ímpio blasfêmico, contra infecções da garganta; e a Virgem Maria como uma inspiração para todos os que não podiam realizar o casamento na igreja, mas ainda assim o faziam.

Orixás, os seres espirituais afro-brasileiros são, em nível totêmico, comparáveis aos santos padroeiros holandeses ou anjos da guarda brasileiros, do qual o último, desde a Idade Média, protegia como padroeiro, um grupo de parentela ou guildas. Santa Cecília era uma garantia de influência musical sobre músicos e fabricantes de instrumentos, e mostrava inscrito no ferrador, se este dominava ou não os truques do mestre do comércio, sob a influência de São Martinho. Os Orixás são como os seres espirituais afro-africanos ou afro-americanos, os fundadores e a bateria espiritual do indivíduo para quem, em termos de energia, pertence naturalmente. Voltando na astrologia, nós também encontramos este padrão básico de energia como princípio elementar e planetário, onde alguém pode ser classificado. Dos diversos Orixás que estão em interação carateriológica com uma pessoa, um Orixá é sempre dominante na manifestação dele ou dela, chamado de Dono da Cabeça, o chefe de sua cabeça,

Dos 600 orixás africanos, restaram efetivamente 16 após os transportes de escravos para o novo mundo no Brasil. Ele foram os melhores, vamos dizer assim, que sobreviveram, embora o processo seletivo natural seja resultante de outras variáveis. É como com os supermercados, os maiores reprimiram os menores. Felizmente, há algo para todos.

Olorun ou Olodumaré é o Deus imanente. Como chefe do panteão da religião de possessão (incorporação de pessoas que vivem) entre os funcionários, como ele é, pelo menos no Brasil: Oxalá (filho de Olorum, o Cristo)

Os Orixás masculinos Ogun (cavalo de guerra, a guerra, violência, o político, Caminhos Abrir OS) Oxóssi (caçador de jogo bonito, cuidado com as senhoras, a honra de vocês podem estar em jogo), ele é como o Sagitário astrológica em suas viagens para despistar um lanche, às vezes, fisicamente ou mentalmente. Omolu (a pele, os pobres) Xangô (Orixá inteligente of Thunder)

Os Orixás femininos IANSA (Orixá agressivo, feminino, dinâmico, adequado para os homens de chinelos que apreciaria se suas esposas as calças sobre ele, as brasas do fogo começa, e ele, consequentemente, o jornal da manhã para ler). O astro lógico fogo devrouwen ondr sinais, Leo, Aries ou Sagitário Oxum encantamento (e charme, elegância e hipnose que um homem perde a cabeça, depois de sua execução na magia, ou para beber atinge um Moie mulher, mas cuidado, ela dança fantástica, Bachata, antilhana valsa, Son montuno e bolero). Cura da esterilidade. Iemanjá (mãe de Orixás muitas, muitas crianças reveladora, amoroso, rigoroso, às vezes caprichosa Orixá de acordo com o antropólogo Dr. Allard D. Willemier Westra, que fez pesquisas na Alagoinhas, ao norte de Salvador da Bahia.

Meninos e meninas com paixão e conhecimento latente por ervas medicinais, felizmente ainda podem ser devotados ao Orixá Osanha, que reina sobre todas as plantas, e que na África, é visto como a versão negra do santo São Benedito. Provavelmente o Orixá Oko não chegou ao Brasil. Da iniciação até sacerdotisa à serviço de Oko, tornou-se muito conceituado pela família na África, que se sentia honrada em ajudar na caríssima iniciação. No encerramento anual da festa da colheita, a prostituição das sacerdotisas, de médiuns do sagrado Orixá Oko, foi dedicada aos visitantes do templo. “Assim dou fé!”

Interessante também é o Orixá Oxumaré, que na metade do ano é homem, na outra mulher. Isso oferece oportunidades para estudantes que estudam as questões de gênero, mas também apenas para homens e mulheres transexuais e bissexuais, que estão constantemente à procura de uma mudança de identidade. Por fim, nós não comemos todos os dias somente pasta de amendoim sobre o pão, como certamente estes não são os objetivos gerais deste Orixá. É digno de nota que as pessoas sob a influência do Orixá Oxumaré comem peixe durante a metade do ano feminina e durante o período do ano masculino comem carne. A energia de Oxumaré muda por temporada, no que diz respeito à energia sexual, como ela ocorre em mulheres que chamam mais atenção masculina, ou do feminino no homem, e garantia para ajudar na variabilidade e dinâmica da existência humana. O legitimo comportamento sexual não-conformista e a visão flexível do papel em uma sociedade em mudança.

O brasileiro é inspirado, com e sem Orixás, com e sem o Candomblé, a Umbanda, ou Kardecismo. Isso prova o futebol inspirador, quando os canários amarelos fazem o sinal da cruz e transformam-se no campo; o carnaval do Rio de Janeiro inspiradamente arrebenta na avenida; o médium em transe Chico Xavier que escreveu mais de 400 livros ditados pelos espíritos; Zé Arigó que, sem qualquer forma de anestesia, realizou milhares de cirurgias espirituais, com um canivete enferrujado; ou o arquiteto Oscar Niemeyer, internacionalmente aclamado, que concebeu a Brasília futurista, quando a palavra futurismo ainda estava oculta no futuro.

 

3. Zé Arigó e Dr. Fritz
Um casamento espiritual com grandes conseqüências. Espíritos livres contra espíritos organizados

Dr. Fritz, Adolph Frederick Yerperssoven, Dantzig, 1874-1914, era quando vivia, um capitão e cirurgião alemão do exército. Depois que ele desencarnou, 16 realizou como espírito décadas de “operações” psíquicos bem-sucedidas, através de médiuns brasileiros nos quais incorporou. O encanto para trazer seus médiuns voluntariamente para a sua cura mágica foi uma vontade forte e uma série de motivos para aliviar o sofrimento humano. Com essa vontade ele trouxe motivos muito fortes alcançados na disputa sobre os limites da vida e da morte, e poder realizar-se, estando além do tempo e do espaço.

Durante a expansão colonial alemã, ele trabalhou como médico em Marrocos e, depois, durante a Primeira Guerra Mundial se alistou como cirurgião-chefe de um pequeno hospital perto da antiga Prússia Oriental Tannenberg. Após sua morte, Dr. Fritz incorporou primeiro o antes nomeado curador fenomenal servo civil Zé Arigó, seguido do ginecologista Edson Cavalcante Queiroz, dos irmãos Oscar e Edivaldo Wilde da Bahia e, finalmente, incorpora até hoje o engenheiro elétrico brasileiro Rubens Farias Júnior de São Paulo, que tem seu consultório no Rio de Janeiro. Todos os médiuns estavam sob o feitiço do Dr. Fritz e trataram, em seguida, milhares de pacientes com sucesso. O número semanal de pacientes tratados somente por Zé Arigó foi no seu tempo maior que o número de pacientes atendidos em três hospitais acadêmicos juntos.

Como técnicas mediúnicas, as intervenções espirituais do Dr. Fritz não foram sem cuidados, porque para converter os impulsos de um espírito desencarnado através de um médium, em operações “cirúrgicas” de centenas de milhares de pacientes, que foram submetidos à cirurgia sem qualquer forma de anestesia, requer além de conhecimento e experiência um poder espiritual imenso.

Além das intervenções astrais de Dr. Fritz, as conquistas espirituais também são conhecidas de muitas outras entidades, santas e não santas, tanto dentro e fora de religiões e sistemas ideológicos. Por pessoas que vivem ou falecidos que atingem o mundo com ou sem razão justificada, por tempo mais curto ou mais longo, sob o feitiço das idéias e conceitos. A história mostra que tribos inteiras, culturas e subculturas podiam e podem estar encantados por um individuo, do ídolo pop ao ditador. Às vezes, a esfera de influência de uma pessoa pode, como sabemos, operar fantasticamente, outras vezes horrivelmente.

Zé Arigó (José Pedro de Freitas) (Congonhas do Campo MG, 1922 – BR-040,1971) – Médium brasileiro, cirurgião psíquico. Executou “operações” paranormais em centenas de milhares de pacientes, inclusive médicos, políticos e cientistas, usando uma faca enferrujada não esterilizado, e receitas heterodoxas escrito em um transe.

O primeiro paciente tinha operado com sucesso em um transe foi o senador brasileiro Lúcio Bittencourt, que sofre de um tumor inoperável. Ele também tratou a filha do presidente brasileiro Juscelino Kubitschek, que filha sofria de uma doença inoperável. O número de pacientes tratados apenas por Arigó excedeu a capacidade mensal de três hospitais universitários em conjunto. Para milhares de pacientes, o horária do ônibus de São Paulo para Congonhas do Campo precisava para ajustar.

 

4. Ayrton Senna
Uma entidade atormentada. Um espírito tibetano que queria ser um piloto de Fórmula 1

Ayrton Senna da Silva (São Paulo SP, 1960 – Bolonha, Itália, 1994) – Piloto brasileiro de Fórmula 1, campeão do mundo múltiplo que morreu em um acidente durante o Grande Prêmio de San Marino em Ímola, Itália.

Ayrton Senna ‘falou’:

“Como um monge não tenho absolutamente sucesso no mundo como ser humano, e não sei como podem ser levadas sabedoria e verdade para os outros, e como a espiritualidade pode fluir no mundo. A existência monástica é uma vida sem palavras e repetitivos lábios murmurantes em celas de meditação, apesar das boas intenções, mas com pouca ligação com o mundo.

Através da experiência do dia-a-dia monástico, alcanço automaticamente após alguns anos um ritmo e transe como se eu estivesse meio flutuando e ando sobre pés de meias de seda nos corredores e quartos do mosteiro e também fora dos caminhos no jardim. Isso faz a inquietação fundamental derrubar-me. Agora estou habituado à vida monástica, a regularidade das repetições perpétuas diariamente que como vício reage como droga nos meus cerebelos.

Quando da ruptura dos padrões de meditação durante a doença ou abstinência meu corpo e seu espírito residente gritam com a droga chamada oração e meditação. Através dos anos, meu corpo e mente retiram-se do padrão de um ritmo normal de vida e das funções que me foram própria da infância. Até mesmo a dieta unilateral monástica e substituição regular de alimentos sólidos por grandes quantidades de água influenciaram na minha maneira de pensar e ser, e me separava do ascetismo da vida cotidiana que conhecia quando criança.

Felizmente, a criança em mim, como um símbolo da verdade inscrita em mim, nunca morreu. Nos momentos mais difíceis da minha vida como um monge, pude sempre contar com o conhecimento natural que eu tinha da vida quando criança. A criança em mim era como um irmão mais velho para o monge que soube guiar-me até minha morte através de períodos emocionalmente difíceis. A criança parecia ser uma referência para a verdade, assim, depois de algum tempo, e cada vez mais movido em perspectiva da artificial espiritualidade monástica, eu passei a desconfiar e às vezes até um pouco secretamente detestei. A vida, durante a minha infância, nunca me separou de outros seres viventes, enquanto que como monge devia ignorar a vida pulsando e evitar o contato com pessoas vivas.

Essa criança e seu conhecimento estava tão revoltada. Por fim, a criança tornou-se meu rei e alcancei paz quando monge mais velho, pensando de volta na minha infância, porque era lá que estava o futuro para mim. Claro, depois de alguns anos eu construí aqui no mosteiro uma posição social, que tem lá suas vantagens. Eu fiz amigos que passaram a significar muito para mim. Minha vida aqui não foi somente tempo perdido, porque eu aprendi muito em muitas áreas, mas ainda assim não fora realmente o que eu sempre pensei. Conversar nunca foi meu ponto forte, nem como um monge nem como Senna, mas na linguagem dos pensamentos talvez tenha tido algumas conquistas. Aos poucos, estive muito familiarizado com o silêncio, com a meditação, com a Grande Busca. Mas mais uma busca separada das pessoas e do mundo, do que um caminho no mundo, com pessoas de carne e sangue. Em tempos de meditação prolongada no mosteiro, eu provavelmente já estive em um estado de iluminação. Mas mais freqüentemente experimentei uma iluminação espiritual enquanto observava uma única gota de água sobre uma folha de árvore ou enquanto observava a estrutura das rochas, com as quais o mosteiro fora construído, do que com divindades locais de quem eu não tinha nome de rua ou código postal.

Por muitos anos eu fora na doutrina de mosteiro um monge dócil e também bom. As experiências da minha infância, a universidade do conhecimento da criança cuidou periodicamente, e para minha felicidade, para que não adormecesse e ficasse acordado para a realidade quando fixava os olhos do mosteiro para as montanhas azuis que rodeavam a vida monástica. Diariamente lanço o meu olhar para as montanhas como se verdadeiros amigos me aguardassem para poder falar com eles, para consultá-los como devo proceder, qual o meu destino e qual saída eu tomaria agora ou mais tarde para um futuro diferente.

O espaço pelo qual a paisagem das montanhas me cerca faz bem ao meu coração, é o ponto de vista sobre o espaço físico e é simultaneamente cósmico. As montanhas não são morros mortos, mas seres vivos amarrados juntos como uma família de correntes de neve congeladas num ritmo de paralisação aparente. As montanhas mais distantes me trazem mais perto da decisão interior que eu tenho que tomar. Eu fico dilacerado por dúvidas entre a vida pela qual fui aceito como um monge e a memória do tempo feliz que tive quando criança. Assim, inclino-me cada vez mais num vai-vém entre o mundo das paredes da cela do mosteiro e do panorama da minha juventude, quando, do jardim, olhava em direção aos picos do horizonte.

Sobre as coisas pessoais, no fundo, não podemos falar no mosteiro. Eu esquecera completamente como conversar com os seres vivos como os outros monges. Eu vivia sozinho e em mim mesmo e numa horrível terra-de-ninguém com muitos monges em torno de mim, os quais juntamente comigo abandonaram a vida real.

Com o dia aumenta a consciência de que o Nirvana pode ser encontrado fora do mosteiro, e não dentro, mas fora do mosteiro mantém residência. Essa idéia me coloca numa posição difícil, a criança em mim deve enfrentar o monge e todos os outros monges reverenciados.

Quem é a criança que se atreve a lutar contra a opinião estabelecida, e vai contra a ordem de tradições seculares? Mas eu preciso sobreviver, e o tempo está passando, a aversão ao murmúrio repetitivo em isolamento acumula-se demais sobre mim. Tudo em mim clama por mudança, especialmente o meu corpo devastado pelo ascetismo. Se eu continuar, vou morrer em breve.

Um dia, quando a necessidade for grande, tomo a decisão. Estou de volta ao jardim e olho novamente para as montanhas, estou fisicamente fraco, mas ainda um monge apaixonado, com amor pelas montanhas e pela vida que está por trás, viva e respirando.”

 

Fim da palestra.

Obrigado por sua atenção.