Brasil – O sexto sentido, o terceiro olho e o corpo sexy

RioDeJaneiro S

Foto (detail): Marc Ferrez / Capivara

 

A grande e bela ave pousa no Aeroporto Internacional de Salvador Dois de julho, o aeroporto de Salvador da Bahia, no Brasil. Uma vez consegui um passe na universidade RUG para um treinamento terapêutico intenso para eliminar o medo de voar. Para que eu possa voar, não só em um sonho, mas também no meu sonho de infância, o Brasil. Como um papa branco como leite, desço do avião com calças pregueadas e, ao mesmo tempo, também me sinto como Tintim na América descendo as escadas como repórter. O aroma picante dos trópicos me encontra e me abraça calorosamente. Pela primeira vez piso em solo brasileiro.

Deixo cair minha bagagem de mão no chão, me ajoelho e beijo Brasil. Sinto-me beijando o imenso território do Brasil que se estende à minha frente em perspectiva como se estivesse olhando para uma imagem colorida do Google Earth. Como um Boeing, levanto um pouco o nariz e beijo mentalmente Manaus e os afluentes do Amazonas, o majestoso Parque Nacional da Tijuca, o ‘parque da cidade’ no Rio de Janeiro e as cachoeiras de Foz do Iguaçu na fronteira com a Argentina. , mas também beijo antecipadamente os ágeis bailarinos que sambam, que certamente cruzarão meu caminho.

Aparentemente, os espíritos vieram da Holanda. Ou seja, uma tarde uma portuguesa conhecida, veterinária, recebe-me como introdução a um serviço espiritual onde uma boa amiga dela atua como médium. O atendimento é em português, mas o associado que me atendeu fala inglês como um dos poucos brasileiros e me explica no intervalo o que foi dito. O médium também havia falado comigo.

No momento em que entrei, disseram-me, diante da médium, que eu estava acompanhado por um grupo de espíritos brancos que haviam atravessado o oceano vindo de minha terra natal, a Holanda. Os espíritos foram ocupantes de pacientes doentes na Holanda. Devido aos tratamentos que dei aos pacientes, os espíritos responsáveis pelas doenças foram exorcizados por mim. Descreveu-se com riqueza de detalhes uma senhora idosa, a quem tratara pouco antes de minha partida por anos de inflamação na perna, e cujo espírito exilado viera ao Brasil com muitos outros.

A terra dos espíritos
O Brasil é um paraíso espiritual e Martien DOS se chama Martien DOIS. Meu nome é Pedro, professor, escritor e político. Ele ouviu falar de mim e quer falar comigo. Como não sei se ele está me contatando como escritor e político ou se simplesmente quer falar comigo como cliente, pergunto em português para iniciantes: “Com quem gostaria de falar, Martien UM ou Martien DOIS?”. Ele deseja marcar uma consulta com o DOIS e o fará com mais frequência. Os médiuns parecem vir em todos os tipos e tamanhos, e em todos os lugares eles me tratam com o devido respeito. Um médium branco holandês que também pode colocar o médium em um contexto parapsicológico é inusitado e desperta grande interesse.

Cada cidade ou vila tem suas maiores e menores sociedades espirituais, suas igrejas de todos os tamanhos, que transbordam na segunda-feira na hora do almoço ou em qualquer outra noite da semana com a visita de muitos velhos e jovens paroquianos. Catolicismo, protestantismo, Candomblé, Umbanda ou Kardecismo e variantes destes. A médium local da cidade a que chego na minha segunda visita sabe com meses de antecedência que uma médium branca europeia visitará a cidade e se casará com uma de suas filhas.

No Brasil, os magos se fundiram em uma mistura espiritual de estatura. Essa mistura inclui os famosos Caboclos, os espíritos dos nativos americanos com seu impressionante conhecimento de plantas e ervas, os mágicos Yorubas da África Ocidental que trouxeram seus Orixás com eles, os seguidores mais intelectuais de Kardec, e os hereges e magos condenados e exilados pelo clero português. ‘Ode’ à Inquisição, que paradoxalmente deu ao Brasil sua nata espiritual. O sincretismo deu ao catolicismo brasileiro um cenário de cor diferente do da pátria Portugal.

Os novos espíritos enviam todo tipo de gente para me guiar, um quiroprática americano, um tradutor simultâneo, um psicólogo, um jornalista, um empresário, um juiz, um professor, outro professor, um dentista, um astrólogo, um advogado, namoradas, duas prostitutas queridas e todas contribuem para a minha integração. Mas não será fácil sobreviver economicamente.

Meu estúdio elevado cor de baunilha com vista para a metrópole é grande o suficiente e começo a dar consultas e entrevistas. Ao preparar uma série de conferências e workshops, estou começando a me estabelecer no Brasil.

 

Palestras / entrevistas no Brasil, veja também:
Auditório do SESEC, O despertar da Intuição e de Poderes Internos adormecidos, Bahia / Brasil
Cássia M. Candra, Intérprete da Transformação, Correio da Bahia, Salvador da Bahia / Brasil